sábado, 4 de agosto de 2012

RÁDIOS COMUNITÁRIAS SUPERAM AUDIÊNCIA DA REDE GLOBO


Companheiros,

Pode até ser uma falácia o que vou dizer aqui... mas a matéria abaixo demonstra que os passos que demos há exatos 20 anos mostra que não estávamos errado ao construir a maior rede de Rádios do Brasil.

Ganhar da rede Globo em audiência não é difícil se reproduzimos valores de uma elite que discrimina os pobres (como fez ratinho), sem alteração nas relações sociais, ou com investimentos externos como fez a record, que também não altera as relações sociais pode até ser fácil.
A diferença colocada na matéria abaixo, mostra a diferença conceitual dos princípios que norteiam a radiodifusão comunitária, que ainda acreditamos ser a ideal. Mostra a sociedade o caráter público dos meios de comunicação. esta diferença se mostra eficaz quando a radiodifusão comunitária se coloca como patrimônio público da sociedade. É esta a diferença que nos coloca como diferentes e vai fazer esta audiência aumentar cada vez mais, como um processo ireversível da conquista do movimento pela democratização da Comunicação.
Esta matéria (resultado de uma pesquisa) que aponta nossa importância para a conquista da audiência, baseada em valores da democracia plena, coloca a radiodifusão comunitária no Brasil como um dos maiores instrumentos para a democratização da Comunicação em todo o mundo. Somos protagonistas de um movimento histórico e ireversível.
Entretanto as forças não ocultas que servem ao coronelismo eletrônico perceberam isso antes de nós. Temos agora a enorme responsabilidade de frear os inimigos que sempre se rearticulam para tentar exterminar o movimento. A ABERT e seus asseclas nos estados se utilizam do poder judiciário para nos calar. O Ministério das Comunicações (braço do monopólio da comunicação) publica portarias e normas restritivas contra as Radcons. Temos também a passividade e as limitações de nossa entidade nacional, que insiste em organizar num claro corte institucional. Torna-se neste momento necessário a construção de um outro modelo de organização e luta pela democratização da comunicação. Com bandeiras que extrapolem as bandeiras reformistas das entidades de representação.
está chegando omomento de construção de algo mais novo, com um forte corte classista, afinal a democratização da comunicação é um dos principais instrumentos da democratização da sociedade e da construção de um novo modelo de organização da sociedade.
Nossa proposta neste momento é organizar estes que nos deram esta vitória esmagadora de audiência contra a REDE GLOBO. Este exército de ouvintes não são passivos, são extremamente comprometidos com a proposta de democratização que formulamos. É por isso que nos propomos a Construir o Movimento Nacional de Rádios Comunitárias, rompendo com a organização institucionalizada de representação burguesa. Nosso exército se multiplica, e precisamos colocar estes combatentes na luta contra o monopólio. Somos milhares de simpatizantes, ouvintes, locutores, produtores e diretores de rádios comunitárias que estão excluídos do processo de luta. É um movimento massivo que quer ultrapassar o enorme muro que separa o debate da comunicação, hoje restrito aos meios e especialistas.
è neste sentido que queremos dialogar com os movimentos sociais. è na construção de uma organização que não se perca em disputas de estruturas e máquinas do estado burguês. É o debate democrático de idéias que queremos debater. è o debate de construção de uma outra comunicação, tão necessária, possível e agora tão próxima de ser realizada.
Agradecemos à todos por esta conquista. Agradecemos os 10.000 comunicadores que foram criminalizados, os acadêmicos que nos auxiliaram na formulação de propostas bem elaboradas,e também de todos os lutadores (não apenas de rádios Comunitárias) que conseguiram produzir conteúdos e luta, tendo a valorização de nossa cultura e aliberdade como foco.
Precisamos organizar este exército de combatentes, e precisamos de vocês para a luta.
A Democracia na comunicação pede apoio, para juntos marchamos para o fim do monopólio.

Confiram a matéria abaixo.

Abraços,

Jerry


Interior garante a vantagem irreversível da radiodifusão comunitária cuja audiência supera a da TV Globo


Este é o retrato da situação da radiodifusão no Estado de São Paulo, que tem 645 municípios e população de 42 milhões de habitantes. Rádios comunitárias estão presentes em 512 municípios, mas em 198 municípios (30% do total) elas são o único meio de comunicação eletrônica existente.
A situação atual vai, ainda, evoluir rapidamente em favor das comunitárias quando estiverem operando as 34 Comunitárias da Capital, daqui a seis meses, e mais 18 em grandes cidades da Grande São Paulo. Não se leva em conta, aqui, as cerca de 200 rádios não autorizadas, consideradas piratas.
O dado básico que motivou a pesquisa foi divulgado pelo IBOPE, publicado no jornal Folha de S. Paulo e confirmado pela própria Globo, também na Folha: a TV Globo tem audiência de 17 pontos na Grande São Paulo, cada ponto equivalendo a 58 mil domicílios, cada domicílio com 3,2 pessoas em média.
A Rede Globo tem audiência de 3.155.200 pessoas, na média diária, nos 39 municípios da Grande São Paulo, com 20 milhões habitantes e, ao menos, o mesmo no Interior, totalizando uma audiência estadual de 6.310.400 pessoas, As demais redes (Record, SBT e outras) têm também 17 pontos de audiência.
Isso significa que, na Grande São Paulo, 6.310.400 pessoas se expõem diariamente à tevê aberta; e que, no entanto, os outros 66 pontos (13.689.660 de pessoas), na hora das pesquisas do IBOPE, estão com os receptores desligados ou migraram para canais fechados, DVDs, filmes, internet e outros meios.
Não há pesquisas abrangentes sobre as rádios comunitárias, que não tem recursos, para custeá-las, mas a análise objetiva da situação revela indicativos seguros da audiência maior da radiodifusão comunitária, que vai crescer muito também por causa da a abertura de editais pelo Ministério das Comunicações.
Na Grande São Paulo, onde o IBOPE faz pesquisas sistemáticas, como em outras 10 regiões metropolitanas, funcionam poucas rádios comunitárias. As 34 autorizadas para a capital, com 12 anos de retardamento, só agora começam a funcionar, com previsão de até 20 mil ouvintes cada no futuro.
As pesquisas da Grande São Paulo, com 47,6 % da população estadual, são geralmente apontadas como boa indicação para o resto do Estado, mas no Interior muitas pessoas podem almoçar em casa, ver o noticiário, e ver mais tevê à noite. É possível ter 10% mais telespectadores que a Grande São Paulo.
Dessa maneira, a audiência da tevê aberta na Grande São Paulo, de 6.310.400 pessoas, seria mais ou menos igual à do resto do Estado, mas, com os 10% que podem ser acrescidos para o Interior, o total da audiência de tevê aberta pode chegar a 14 milhões de pessoas – um terço da população paulista.
Situação no Interior
A relação da audiência da radiodifusão comunitária com a audiência da rede Globo de TV e dos canais abertos de televisão, no Interior do Estado de São Paulo, se deve a fatores muito diversos, o primeiro deles sendo o fato de não existirem rádios sediadas, de qualquer tipo, em 30% dos Municípios.
Do total de 645 municípios, 219 municípios, ou seja 34% do total, não sediam rádios FM comerciais; e 291, ou seja 45%, não sediam rádios OM. Rádios FM comerciais têm sede em 426 municípios (66% do total) e cerca de 600 rádios FM comunitárias estão presentes em 510 municípios, 79% do total.
Os 510 municípios sem rádios OM ou FM têm população de 14 milhões (13.998.778) de habitantes, número igual ao total de pessoas ligadas na TV aberta, sendo razoável estimar que cerca de 50% dessa população sejam ouvintes de comunitárias, único veículo no lugar, e que costumam chamar de seu.
A estimativa leva em conta a tradição quase secular de se ouvir rádio, mais no Interior do que nos centros das grandes cidades; e o fato de as rádios tratarem da vida local e, como comunitárias, serem consideradas “da Comunidade”, pois sua programação e seus microfones são abertos à população local.
Muitos desses 510 municípios têm menos de 10 mil habitantes; muitos outros tem mais de 100 mil, como Ferraz de Vasconcelos, com 174 mil; Embu, com 244 mil; Itaquaquecetuba, com 348 mil e Carapicuíba, com 387 mil. Há concorrência de rádios FM de outras cidades, mas cresce a preferência por rádio local.
Conclui-se, parcialmente, que somente os 510 municípios sem rádios OM e sem FM podem expor às rádios comunitárias um número de ouvintes equivalente à audiência da tevê Globo, fazendo as comunitárias subtotalizar, já, cerca de 7.140.000, com uma média de 14 mil ouvintes/município.
Enfim, falta levar em conta 330 municípios onde a FM comunitária concorre com FM comercial. Estima-se que oferecem mais 3,3 milhões de ouvintes às comunitárias, com média de 10.000 por município, o que elevaria a audiência total da radiodifusão comunitária a perto de 10,5 milhões de ouvintes.
Essa pesquisa, combinando dados públicos e oficiais com estimativas, está sujeita a testes de validade, mas traz a certeza de que a audiência da radiodifusão comunitária ultrapassa, com folga, à da rede Globo de TV, e avança na direção de alcançar, em poucos anos, a das redes de tevê aberta no Estado de São Paulo.
Repete-se no Brasil o que ocorreu nos Estados Unidos, onde, em 10 anos, a internet derrubou em 25% a audiência de televisão, mas apenas em 1% a audiência das rádios que, lá têm a tradição de serem locais.

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